Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

terça-feira, 13 de junho de 2017

UMA PEQUENA HISTÓRIA DOS ÁRABES MUÇULMANOS (Parte 6)

VII – A RECONQUISTA



VII.1 – A RESISTÊNCIA DOS REINOS DO NORTE

O declínio do domínio muçulmano, na Península Ibérica, começou praticamente após concluída a sua conquista, em 713.
A “Reconquista” é o período da história da Península Ibérica que abrange, aproximadamente, 770 anos, entre a conquista islâmica da Hispania, em 711, e a perda do último reduto do Estado Muçulmano, em Granada, em 1492, para os reinos cristãos em expansão. O fim da Reconquista coincidiu com a descoberta das Américas pela Espanha – o “Novo Mundo” -, prenunciando os impérios coloniais português e espanhol. A historiografia tradicional, especialmente os estudiosos espanhóis, têm enfatizado a existência da “Reconquista”, o fenômeno contínuo pelo qual os reinos cristãos ibéricos se opuseram e conquistaram os reinos muçulmanos, entendido como um inimigo comum que havia militarmente tomado territórios cristãos.
O Império Muçulmano cerca de 750
A figura ao lado mostra o Império Muçulmano pelo ano 750, logo após o início da Reconquista, de acordo com as épocas em que as conquistas islâmicas foram realizadas. Esse mapa serve para dar uma ideia da grandeza do conjunto de terras que haviam sido conquistadas pelos árabes muçulmanos até essa época.
Como em todos os impérios, também entre os muçulmanos conquistadores, atritos começaram a surgir, principalmente pela tensão étnica entre árabes e berberes, recém convertidos ao islamismo, mas que haviam fornecido muitos homens para os combates e sentiam a discriminação contra eles. Este conflito interno deteriorou a unidade muçulmana.
Península Ibérica cerca de 750 com o Reino das Astúrias
quebrando a hegemonia muçulmana
Após a conquista islâmica moura de quase toda a península ibérica, entre 711 e 718, e o estabelecimento do emirado de Al-Andalus, estados cristãos baseados no norte e oeste, lentamente começaram a estender o seu poder sobre o resto da Ibéria. Os Reinos de Navarra, da Galícia, de Leão, de Portugal, de Aragão, da Marca Hispânica e da Coroa de Castela, iniciaram o processo de expansão e consolidação interna durante os vários séculos que se seguiram, sob a bandeira da Reconquista. Seu início é, tradicionalmente, definido pela batalha de Covadonga (718 ou 722), primeira vitória das forças militares cristãs desde a invasão muçulmana em 710. Nesta batalha, um pequeno exército cristão, liderado pelo nobre visigodo Pelagius, derrotou o exército do califado nas montanhas do norte da Ibéria, estabelecendo o independente Reino Cristão das Astúrias em oposição à hegemonia muçulmana. A dinastia de Pelagius, nas Astúrias, sobreviveu e, gradualmente, expandiu os limites do reino até que o noroeste da Ibéria foi incluído, cerca de 775. Contudo, o crédito todo não foi devido apenas a ele, mas também aos seus sucessores. Alfonso I (rei de 739 a 757) convocou o apoio da Galícia quando de lá expulsou o exército mouro, bem como de uma área do que posteriormente tornou-se o Reino de Leão ou Galícia Leão.
Don Pelagius, primeiro rei das Astúrias
Uma expansão adicional do reino, do noroeste em direção ao sul, ocorreu durante o reino de Alfonso II (791 a 842) e, por um curto período, quase alcançou Lisboa. O reino tornou-se firmemente estabelecido com o reconhecimento de Alfonso II como rei de Astúrias, por Carlos Magno e pelo Papa. Durante o seu reinado, foi declarada a descoberta dos ossos de Tiago, um dos apóstolos de Jesus, na Galícia, em Santiago de Compostela; peregrinos de toda a Europa abriram um canal de comunicação entre as isoladas Astúrias e as terras Carolíngias (veremos a seguir) e ainda além. Embora numerosas batalhas, nem os omíadas nem os asturianos tinham poder suficiente para assegurar o controle desses territórios do norte. Alfonso III repovoou a estrategicamente importante cidade de Leão, estabelecendo-a como capital das Astúrias. Iniciou uma série de campanhas para estabelecer o controle das terras ao norte do rio Douro; reorganizou seus territórios em ducados principais (Galícia e Portugal) e condados importantes (Saldaña e Castela), fortificando as fronteiras com muitos castelos. Com a sua morte, em 910, a mudança no poder regional foi completada quando o reino tornou-se o Reino de Leão. Dessa base de poder, seu herdeiro Ordoño II pode organizar ataques contra Toledo e mesmo Sevilha.
Espanha ao tempo de Alfonso II com Astúrias e Galícia unidas
O Califado de Córdoba ganhava força e começou a atacar Leão. O rei Ordoño aliou-se com Navarra contra Abd-al-Rahman, mas foram derrotados em Valdejunquera em 920. Pelos próximos 80 anos o Reino de Leão sofreu com guerras civis, ataques dos mouros, intrigas e assassinatos internos e a independência parcial da Galícia e Castela, assim retardando a reconquista e enfraquecendo as forças cristãs. Só no século seguinte os cristãos começaram a ver suas conquistas como parte de um esforço de longo termo para restaurar a unidade do reino visigodo.
O único ponto deste período em que a situação tornou-se esperançosa para Leão, foi o reinado de Ramiro II, famoso pela legendária batalha de Clavijo. Em aliança com Fernán González de Castela, Ramiro derrotou o califa em Simanca, em 939. Após essa batalha, em que o califa mal escapou com vida, mas com seu exército destruído, o rei Ramiro teve 12 anos de paz, mas teve de conceder a González a independência de Castela. Sob o reinado de Ramiro, a fronteira deslocou-se lentamente em direção ao sul e as possessões asturianas em Castela, Galícia e Leão foram fortificadas, com um intenso programa de repovoamento no interior daqueles territórios. Os ataques dos mouros se atenuaram até que Almanzor iniciou suas campanhas. Alfonso V finalmente recuperou o controle de seus domínios em 1002. Navarra, embora atacada por Almanzor, permaneceu intacta.
Este reino do norte e outro de que vamos ainda falar, a Navarra Basca, embora seu pequeno tamanho, demonstraram habilidade para manter suas independências. Sem poder estender seu domínio além dos Pirineus, os governantes omíadas baseados em Córdoba resolveram consolidar seu poder na Península Ibérica. Forças árabes – berberes faziam incursões periódicas nas Astúrias mas falharam sempre em obter qualquer ganho duradouro contra os reforçados reinos cristãos.
Louis I, rei da Aquitânia e Imperador
do Sacro Império Romano Germânico
Da França, em 737 Charles Martel conduzira uma expedição para o sul ao longo do vale do Rhone para afirmar sua autoridade sobre as terras mantidas pelos omíadas do Al-Andalus. Atacou os omíadas na Septimânia até Narbone, mas teve de retirar o cerco e retornar para Lion e Francia (Reino dos Francos), após subjugar vários baluartes árabes, deixando atrás de si várias cidades e fortalezas em ruínas. Em 759, Pepino o Breve expulsou os muçulmanos, definitivamente, de Narbone, após 40 anos de ocupação e, empurrando-os de volta sobre os Pirineus, conquistou a Aquitânia (sudoeste da França, fronteira com a Espanha), numa implacável guerra de oito anos. Carlos Magno prosseguiu com o trabalho de seu pai, subjugando a Aquitânia pela criação de condados, tomando a Igreja como seu aliado, indicando condes do estoque franco ou burgundiano, como seu leal William de Gellone e tornando Toulouse a base de suas expedições contra Al-Andalus. Decidiu criar um sub-reino regional a fim de manter os habitantes da Aquitânia sob controle e garantir a fronteira sul do Império Carolíngio[1] contra incursões muçulmanas. Em 781 seu filho de três anos, Louis, foi coroado rei da Aquitânia, sob a supervisão de seu confiável William de Gellone, nominalmente encarregado da incipiente Marca Hispânica[2].
Entrementes, à tomada das franjas do sul do Al-Andalus, por Abd ar-Rahman I, em 756 opôs-se o seu governante autônomo ou rei, Yusuf ibn Abd al-Rahman. Este foi expulso de Córdoba por Abd, que ainda levou décadas para expandir aos distritos andaluzes do norte e oeste. Abd ainda sofreu a oposição externa dos abássidas de Damasco, que falharam em suas tentativas de detê-lo.
Em 778, Yusuf encerrou-se no vale do Ebro e os lordes governantes de Zaragoza, Girona, Barcelona e Huesca, inimigos de Abd ar-Rahman I, decidiram atrair os francos cristãos das proximidades, buscando o apoio de Carlos Magno em troca de sua reverência e fidelidade. Vendo uma boa oportunidade, Carlos Magno atravessou os Pirineus em 778 com uma expedição. Próximo de Zaragoza, Carlos Magno recebeu as homenagens de Salayman al-Arabi, mas a cidade, sob a liderança de Husayn, recusou submeter-se fechando os portões. Incapaz de conquistar a cidade pela força, Carlos Magno decidiu retirar-se, mas a caminho de casa a retaguarda de seu exército foi emboscada e destruída por forças locais, na Batalha do Passo de Roncevaux. “A Canção de Rolando[3]”, uma narrativa romantizada dessa batalha, tornar-se-ia mais tarde, uma das mais famosas canções de gesta (do latim, para feitos, façanhas) da Idade Média.
Cerca de 788, Abd ar-Rahman I morreu e foi sucedido por Hisham I que, em 792 proclamou uma jihad[4], avançando em 793 contra o Reino de Astúrias e os francos, e sendo derrotado por William de Gellone, Conde de Toulouse. Em 797, Barcelona, uma cidade importante, tornou-se um alvo potencial para os francos, quando seu governador Zeid rebelou-se contra o emir omíada de Córdoba. Um exército do emir recapturou-a em 799, mas Louis, no comando de um exército, atravessou os Pirineus e sitiou a cidade por dois anos, até que ela finalmente capitulou em dezembro de 801.
Os principais passos nos Pirineus eram Roncesvalles (Roncevaux), Somport e La Jonquera e através deles Carlos Magno estabeleceu as regiões vassalas de Pamplona, Aragão e Catalunha (região nordeste da Espanha), respectivamente; esta última formada de alguns pequenos condados. Elas protegiam os passos dos Pirineus orientais, sob o controle direto de reis francos, formando os remanescentes da Marca Hispânica. Quatro pequenos reinos logo hipotecaram sujeição a Carlos Magno, ao início do século IX (não por muito tempo): Pamplona (a tornar-se Navarra), e os condados de Aragão, Sobrarbe e Ribagorza (os dois últimos tornaram-se partes do condado de Aragão), todos ao norte da atual Espanha, fronteira com a França, nos Pirineus.
Ao final do século IX, sob o Conde Wilfred, Barcelona tornou-se de fato a capital da região, com controle sobre as políticas de outros condados em uma união que, em 948, conduziu à independência da Barcelona sob o Conde Borre II que declarou que a nova dinastia na França, os Capetos, não eram os legítimos governantes da França e, por consequência, deste condado.
Esses estados eram pequenos e, com exceção de Navarra, não possuíam capacidade para atacar os muçulmanos como fizera as Astúrias, mas sua geografia montanhosa provia-lhes relativa segurança para não serem conquistados e suas fronteiras permaneceram estáveis por dois séculos.
Espanha cerca do ano 1000, já com os reinos de Leão e Navarra
O reino de Pamplona estendia-se, originalmente, de ambos os lados dos Pirineus, para o Atlântico e foi formado quando o líder local Iñigo Arista conduziu uma revolta contra a autoridade franca regional e foi declarado rei em Pamplona (824), estabelecendo um reino intrincado, neste estágio ligado a seus parentes da dinastia Muwallad (muçulmanos descendentes de árabes, berberes e ibérios) Banu Qasi. Embora relativamente fraca até o início do século XI, Pamplona passou a ter um papel mais ativo após a ascensão de Sancho, o Grande (1004-1035), quando o reino se expandiu grandemente à medida que absorveu Castela, parte de Leão, Aragão, além de outros condados pequenos que se uniriam para formar o principado da Catalunha; essa expansão também conduziu à independência da Galícia bem como à regência sobre a Gasconha (então território francês). Contudo, no século XII, o reino se contraiu ao seu núcleo e, em 1162, o rei Sancho VI declarou-se rei de Navarra. Por toda sua história inicial, o Reino de Navarra envolveu-se em frequentes escaramuças com o Império Carolíngio, do qual sempre manteve sua independência, uma característica chave de sua história até 1513, já após a conclusão da Reconquista.
Ferdinando I de Leão (Reino de Leão após derrotar seu cunhado, em 1037) era o rei líder em meados do século XI. Ele conquistou Coimbra e atacou os reinos taifa[5], muitas vezes exigindo tributos com os quais ele as enfraquecia militar e financeiramente. Ele também repovoou as fronteiras com numerosos fueros[6]. De acordo com a tradição navarra, com a sua morte, em 1064, dividiu seu reino entre seus filhos. Seu filho Sancho II, de Castela, pretendeu reunir o reino de seu pai, atacando seus irmãos, em companhia de um nobre notável: Rodrigo Díaz, mais tarde cantado em verso e prosa, como Cid, o Campeador. Sancho foi morto no cerco de Zamora pelo traidor Bellido Dolfos (Vellido Adolfo), em 1072.
El Cid e Alfonso VI jurando não ter participado
do assassinato de seu irmão.
 Seu irmão Alfonso VI tomou conta de Leão, Castela e Galícia, deu mais poder aos fueros e repovoou Segovia, Ávila e Salamanca. Após ter reforçado as fronteiras, o rei Alfonso conquistou o poderoso reino taifa de Toledo, em 1085, primeira capital dos visigodos e importante marco, que lhe deu renome por todo o reino cristão. A conquista foi realizada de forma pacífica, durante várias décadas. Antes de tudo um monarca diplomata, Alfonso VI buscou entender os reis das taifas, empregando sempre medidas diplomáticas antes de considerar a força. Adotou o título “Imperador de Toda a Hispania”, referindo-se a todos os reinos cristãos da Península Ibérica e não apenas ao atual país da Espanha. A sua política mais agressiva, em relação às taifas, preocupou os governantes desses reinos, que buscaram ajuda dos Almorávidas
[7]
Espanha cerca de 1150, já com os reinos de Leão e Castela,
Navarra, Aragão e Portugal
O Reino de Aragão foi um desmembramento do Reino de Navarra, formado quando Sancho III de Navarra decidiu dividi-lo entre seus filhos. Aragão foi a parte do reino que passou a Ramiro I de Aragão, filho ilegítimo de Sancho III. Os reinos de Aragão e Navarra foram muitas vezes unidos em união pessoal, até a morte de Alfonso, o Batalhador, em 1135. O Reino de Aragão reuniu um grande número de territórios no Mediterrâneo, conhecidos como a Coroa de Aragão. James I de Aragão, também conhecido como James, o Conquistador, expandiu Aragão para o norte, sul e leste, assinando o Tratado de Corbeil (1258) que o liberava da suserania ao Rei da França. Antes disso, James tentara reunir as coroas Aragonesa e Navarra por um tratado com Sancho VII de Navarra, que não possuía filhos, mas os nobres do reino rejeitaram a proposta, escolhendo Teobaldo IV de Champagne para o seu lugar. Foi o seu descendente distante, Ferdinando II de Aragão, que trouxe o Reino ao pico do seu poder, com a conquista da Navarra Superior (ao sul dos Pirineus) e Granada.
Afonso I na Batalha de Ouriques
Em 1139, após uma esmagadora vitória na Batalha de Ourique, contra os Almorávidas, Afonso Henriques foi proclamado primeiro Rei de Portugal, por suas tropas e coroado pelo arcebispo de Braga. Pelo Tratado de Zamora, de 1143, Alfonso VII de Leão e Castela reconhecia a independência portuguesa do Reino de Leão. Em 1147, Portugal capturava Santarém aos mouros e sete meses depois, a cidade de Lisboa foi trazida dos mouros ao controle dos portugueses. Em 1179, pela bula papal “Manifestis Probatum”, o Papa Alexandre III reconhecia Afonso Henriques como Afonso I, do Reino de Portugal. Com Portugal finalmente reconhecido como reino independente por seus vizinhos, Afonso Henriques e seus sucessores, ajudados pelos Cruzados e as ordens monásticas militares dos Cavalheiros Templários e da Ordem de São Tiago, empurraram os Mouros até o Algarve, na costa sul de Portugal.
Espanha após 1250, com Portugal
independente e fronteiras consolidadas
Após várias campanhas, a parte portuguesa da Reconquista chegou ao seu final com a captura definitiva do Algarve, em 1249. Com Portugal sob o total controle de Afonso III, os grupos religiosos, culturais e étnicos se tornaram gradualmente homogeneizados.


[1] O Império Carolíngio (800–888) foi um imenso império da Europa Central e Oeste, da Idade Média, governado pela Dinastia Carolíngia que havia governado como reis dos francos desde 751 e como reis dos lombardos da Itália desde 774. Em 800, o rei franco Carlos Magno foi coroado imperador em Roma, pelo Papa Leão III, num esforço para reviver o Império Romano do ocidente durante a vacância do Império Romano do Oriente. Após uma guerra civil (840-843) com a morte do Imperador Louis, o Piedoso, o Império foi dividido em reinos autônomos, com um rei ainda reconhecido como imperador, mas com sua autoridade diminuída além do seu próprio reino. A unidade do império e o direito hereditário dos Carolíngios continuou a ser reconhecido.
[2] A Marca Hispânica foi uma zona de amortecimento além da Septimânia, criada por Carlos Magno em 795 como uma barreira entre os mouros omíadas de Al-Andalus e o Império Carolíngio franco. Com o passar do tempo ganhou independência do domínio imperial franco.
[3] “A Canção de Rolando” é um poema épico baseado na Batalha de Roncevaux, durante o reinado de Carlos Magno. É o mais antigo trabalho importante que sobrevive da literatura francesa, em várias versões manuscritas. A data da composição é tida como entre 1040 e 1115, com uma versão inicial de 1040 e adições e alterações feitas até 1115. Seu texto final tem ceca de 4.000 linhas de poesia. O poema épico é o primeiro e, junto com “O Poema do Cid”, um dos mais relevantes exemplos da canção de gesta, uma forma literária que floresceu entre os séculos XI e XV, celebrando feitos lendários.
[4] Jihad é uma palavra árabe que, literalmente, significa empenho, luta, especialmente com um objetivo louvável. Pode ter muitas nuanças de significado num contexto muçulmano, tais como luta contra as inclinações maldosas de alguém ou esforços para o aperfeiçoamento da sociedade. Na lei muçulmana clássica, o termo se refere à luta armada contra os infiéis (que não creem em Alá).
[5] Na história da Península Ibérica, uma taifa era um principado muçulmano independente, normalmente um emirado, embora houvesse uma oligarquia, dos quais um grande número foi formado no Al-Andalus, após o colapso final do Califado Omíada de Córdoba, em 1031.
[6] Originalmente, os fueros eram os estatutos jurídicos aplicáveis em uma determinada localidade, cuja finalidade era, em geral, regular a vida local, estabelecendo um conjunto de normas, direitos e privilégios outorgados pelo rei, o senhor da terra ou o próprio Conselho, isto é, as leis próprias de um lugar. Posteriormente passou a confundir-se com a própria localidade, vila ou cidade.
[7] Os almorávidas foram, originariamente, monges soldados saídos de grupos nômades provenientes do Saara. A dinastia almorávida abraçou uma interpretação rigorista do islamismo, unificando, sob o seu domínio, grandes extensões do mundo ocidental muçulmano, com as quais formaram um império, entre os séculos XI e XII, que chegou a estender-se pelas atuais Mauritânia, Saara Ocidental (sua origem), Marrocos e a metade sul da Península Ibérica.

A seguir, conclusão do artigo com a publicação da PARTE 7.