Homenagem ao lendário herói ancestral dos ingleses que deu título a um dos considerados "Cem Maiores Livros do Mundo" e tido como o mais antigo escrito em "Old English".

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

EU TIVE UM SONHO

Eu tive um sonho! E esta é a pequena história deste sonho, um sonho tão perfeito que pareceu ter sido realidade. Foi como se o tivesse vivido. Era palpável, vivo, colorido, emocionante ... E por esta razão, gostaria de contá-lo aos meus amigos.
Sonhei que me veio à cabeça a idéia de organizar um grande encontro com todos os amigos da minha infância e adolescência, passada num bairro comum de Porto Alegre. Em meu sonho, eu claramente vislumbrava as dificuldades que haveria de encontrar na localização dos amigos remanescentes, no contato com eles e na sua aquiescência em participar do meu sonho; e eu precisava de parceiros que me ajudassem a tocar a empreitada; e temia pela receptividade que teria dos amigos contatados. E tudo era um monte de dúvidas ...
Mas no sonho, o sonho começou a tomar corpo! Um contato aqui, um contato ali e consegui juntar um pequeno grupo de amigos, ainda um pouco incrédulos, que de uma forma ou outra aceitaram participar da nossa aventura. E saímos em busca dos nomes dos nossos antigos, através de uma extensa relação que as nossas mentes ainda conseguiram devolver de um passado longínquo. Um encontro com este grupo num restaurante de Porto Alegre e lá selamos o compromisso de atingir o nosso objetivo, juntar os amigos do passado numa festa que chamar-se-ia: “COPA 50 Anos Depois”, em homenagem ao nosso “Clube Olímpico Porto Alegre”, criado naquela época, fonte de muitas das nossas alegrias e promotor de muitos casamentos entre amigos do bairro e fora dele.
E começamos a realizar os contatos com os amigos de cinqüenta anos atrás. E cada novo telefonema era uma nova preocupação sobre como seríamos recebidos; o amigo iria se lembrar de quem estava falando? Estaria ele disposto a participar de algo assim inusitado depois de cinquenta anos passados? E cada novo telefonema era sempre uma alegria renovada pela alegria do próprio interlocutor que não acreditava com quem estava falando; e aderia incondicionalmente ao convite, como se ele próprio estivesse esperando aquele convite, também por muitos anos.
E a lista dos amigos encontrados crescia e os próprios amigos contatados lembravam-se de novos nomes que nos eram repassados e o processo transformou-se numa cadeia que não mais parecia ter fim. No grupo de discussões especialmente criado para a troca de idéias e as discussões entre os amigos, as mensagens voavam em todas as direções trazendo e levando lembranças que há muito se encontravam olvidadas; e era lindo assistir ao entusiasmo de todos, mandando recados ora divertidos, ora evocativos, mas sempre emocionantes. O blog criado para a festa era o veículo de crônicas emocionadas, sobre acontecimentos passados nas décadas de 50 e 60, em que os autores eram, ora assistentes, ora participantes ou protagonistas principais. Criamos também dois álbuns de fotografias. Num deles eram postadas as fotos do passado e do presente, envolvendo os amigos e suas famílias e eram assim identificados por todos, pouco a pouco. No outro álbum, eram postadas pares de fotos: uma tirada na época da nossa juventude e outra atual, colocadas lado a lado. Com isso, os amigos se identificavam mutuamente, pelas fotos antigas, e ficavam conhecendo as suas aparências atuais. Foram muitas fotos maravilhosas enviadas!
Paralelamente, os preparativos para a festa avançavam. O local foi escolhido com muito cuidado de modo a agradar os amigos de cujo gosto nem mais nos lembrávamos, mas também pensando que o custo possivelmente influiria no atendimento aos convites que seriam enviados, pois não havia como prever e conhecer as condições financeiras de pessoas que não eram vistas há tanto tempo. Os mesmos fatores foram considerados quando se procurou o “buffett” e todos os demais itens que deveriam ser arranjados para a realização da tão almejada festa.
Finalmente, a data foi marcada! 18 de setembro do ano de 2010, seria o dia da realização do encontro dos amigos que não se viam há 50 anos. Muito próxima da entrada da primavera, seria como um novo desabrochar de uma amizade que nascera há muito tempo atrás, mas não morrera, quedando adormecida por vários invernos. E os convites foram enviados a todos os amigos que haviam sido localizados; por e-mail para aqueles que o possuíam, pessoalmente para os que não tinham e pelo correio para aqueles que moravam longe. E a cada nova confirmação de participação à festa, uma nova alegria a todos, pois que dela todos tomavam conhecimento e a ela todos aplaudiam. A alegria tomava conta de todos os participantes, que já se organizavam em mesas de acordo com as suas afinidades e preferências. Alguns sugeriam as companhias com receio de que não fossem ser reconhecidos pelos demais após tanto tempo passado, com a timidez típica da adolescência de 50 anos atrás. E o número de participantes crescia e as pessoas não acreditavam que o número final seria um redondo número 100!
A data tão esperada se aproximava e o nervosismo era visivelmente demonstrado nas manifestações da lista de discussões e nas postagens encaminhadas ao blog para publicação. Amigos de última hora, tão esperados, apresentavam-se quando já ninguém mais cria que eles compareceriam; e eram recebidos com uma alegria enorme que era imediatamente correspondida. A festa era uma certeza!
E o seu dia chegou! Eufóricos estávamos nós, da Comissão Organizadora, e mais eufóricos encontravam-se os amigos que dela participariam, antevendo e antegozando o momento maravilhoso em que voltariam a ver os companheiros de tantos tempos passados. Cedo fomos para o local da festa para a tarefa de decorar o salão. Os balões nas cores verde, preto e branco, as cores do COPA, cheios, começaram a se avolumar e logo foram pendurados em pontos estratégicos do grande salão de baile. As faixas e “banners” alusivos ao evento, nas mesmas cores, foram colocados à entrada principal, no saguão e no salão principal, com dizeres que muito bem espelhavam a amizade que perdurou por 50 anos. Os vasinhos de flores foram colocados sobre as mesas de seis lugares, com as cobertas brancas, onde as cadeiras traziam lindos laços brancos de fita. As luzes indiretas multicoloridas, alto-falantes e demais acessórios eram responsabilidade do DJ, já contratado, que faria a alegria da festa com as músicas cuidadosamente escolhidas por nós, representando todo o espírito da nossa época. Preparamos também uma maravilhosa seleção de “clips” com cantores de nossa época, executando as melodias que tantas vezes dançamos nas reuniões dançantes que o COPA organizava. Tudo estava preparado para a grande noite que viria e pudemos ir às nossas casas, para o merecido descanso que antecederia a festa do reencontro.
Chegamos cedo para os preparativos finais, para garantir que nada faltaria à noite memorável ... E dali para a frente, uma espécie de névoa adentrou o salão inteiro cobrindo todo o espaço disponível e o sonho, finalmente, começou a parecer-se muito mais com um sonho do que com a realidade; e as duas coisas se confundiram; e eu já não sabia mais o que era sonho e o que era realidade. Eu ficava, com outros amigos, na entrada do salão, recebendo os convidados que chegavam e nos quais eram imediatamente colocados os crachás, especialmente confeccionados, para identificá-los mutuamente. Outros amigos tratavam de conduzir os convidados às mesas previamente acordadas, sobre as quais eram colocadas pequenas papeletas indicando que aquela já estava reservada ao grupo que chegara primeiro. No sonho, a responsabilidade do mestre de cerimônias fora entregue à minha filha mais velha, romântica e sentimental, ao extremo desejosa de conhecer, ao vivo, os amigos que tanto e há tanto tempo conhecia das histórias de seus pais. E, no sonho, foi ela que veio, assustada, me contar - ao mesmo tempo em que pedia socorro -, que uma das amigas encontrava-se chorando, inconsolável, à entrada do saguão, emocionada pela constatação imediata da presença de vários amigos antigos. E ao atendê-la, fiquei também empapado pelas suas lágrimas de alegria. Os convidados faziam jogos de adivinhação escondendo os crachás, como se tivessem, subitamente, retrocedido 50 anos no passado. E os abraços e beijos calorosos se sucediam por todos os cantos do salão, as pessoas não acreditando que estavam encontrando amigos de adolescência, que não viam há cinquenta ou mais anos. Uma coleguinha de primário, no velho Grupo Escolar Otávio Rocha, postou-se à minha frente, bracinhos cruzados, escondendo o crachá e, sorrindo, desafiava a minha memória; alguns segundos foram necessários para que eu reconhecesse, no sorriso alegre, daquela senhora simpática, a minha coleguinha brilhante de primário, então com 10 anos de idade. E foram dezenas de alegrias semelhantes, com o mesmo entusiasmo, na recepção aos convidados. Mas a festa estava apenas começando ...
Assim que acomodados os primeiros participantes em suas mesas, onde raramente poderiam ser encontrados, diga-se de passagem, foi iniciada a exposição dos “clips” e os amigos assistiam, emocionados, à execução das músicas que tanto haviam dançado pelos cantores que tanto sucesso fizeram em nossa época; e desfilavam perante todos, artistas que variavam entre Neil Sedaka, Paul Anka e Billy Cafaro, até Ray Conniff e Starry Night Orchestra. O salão encheu-se total e rapidamente e ninguém parava sentado em sua própria mesa, na ânsia de cumprimentar pessoas que julgavam ter reconhecido ou confessar o seu engano.
Assim que todos os cem convidados se fizeram presente, as luzes foram minimizadas e o membro mais ativo da Comissão subiu ao local dos discursos e contou, rapidamente, a história da origem da festa e terminou, como absoluta surpresa, me fazendo uma homenagem, como mentor do encontro. Com a surpresa, convidou-me a subir para dar as boas vindas aos nossos cem queridos amigos. E o sonho tomou conta da minha emoção quando declarei a minha alegria aos amigos presentes, pela homenagem aos amigos já partidos, quando relatei as declarações de amor recebidas, as emoções percebidas nos telefonemas e mensagens trocadas; e quando prestei uma singela homenagem ao idealizador do COPA e sua esposa. E o meu discurso foi, literalmente, para o espaço: mal pude balbuciar umas poucas palavras e cedi meu lugar a outros oradores, para ir abraçar os amigos com que ainda não havia falado. E pediu a palavra um querido amigo nosso, ex-presidente e um dos líderes do COPA à época. Ele lembrou vários episódios da época, envolvendo pessoas e acontecimentos e lembrando, através de uma gravação, o encerramento pontual e bem comportado das reuniões dançantes do COPA. E após algumas palavras, demonstrou a sua alegria em estar participando da festa e despediu-se visivelmente emocionado.
As luzes foram novamente acesas e fomos todos convidados, pela Mestra de Cerimônias, a participar de um maravilhoso jantar, servido e saboreado ao som das músicas da época, gravadas em CD especial, e iluminado por um “power point” especialmente preparado com todas as fotos – antigas e atuais - que haviam sido enviadas pelos amigos e publicadas em nosso álbum na Internet.
A partir daí, tudo começou, realmente, a ficar muito nebuloso, como um verdadeiro sonho sempre é. Todas as ações começaram a se tornar um pouco irreais. Lembro muito bem de ver as pessoas a se movimentarem pelo salão, buscando reconhecer nas várias mesas os amigos antigos. Era estranho constatar que, mesmo modificados pelos anos acumulados, rapidamente se transformavam, assim que identificados, nos mesmos adolescentes de cinquenta anos atrás, com a mesma forma de agir e de falar, alguns até mesmo com as mesmas brincadeiras de tantos anos passados. Não lembro, exatamente, da minha participação pessoal na festa. Lembro de ter tirado algumas fotos com alguns amigos, sentado em umas poucas mesas para uma rápida conversa com outros; mas nem as fotos foram todas as que eu gostaria de ter tirado, nem as mesas que visitei, uma vez que gostaria de te sentado e conversado com todos os meus amigos. Fiquei devendo a todos no sonho e sonhos não se repetem... Lembro perfeitamente que existiam amigos muito queridos e mais íntimos de nossa época, que gostaríamos muito de ter atendido melhor e não pudemos; sonhos não são sonhados totalmente sob o nosso controle. Lembro também de alguns que, por razões pessoais, tiveram que realizar um enorme esforço para estar presentes em nosso festa, sob a minha insistência até mesmo obstinada e teimosa, e não pude a eles dedicar o tempo que eu gostaria de ter dedicado; sonhos sempre deixam a desejar.
Nada faltou em meu sonho, pois a família do fundador do COPA, representada por seus filhos e pares, preparou-nos uma agradável surpresa, providenciando até mesmo um enorme bolo de aniversário, com as velinhas de 50 anos, maravilhosas, brilhando na penumbra do salão. A filha mais velha e o filho do idealizador fizeram discursos curtos e emocionados, em que agradeceram as homenagens prestadas a seus pais e demonstraram toda a sua alegria por terem participado da organização e estarem vivenciando a festa. Participei, emocionado, do apagar das velinhas, com os amigos da Comissão e os filhos do fundador do pequeno clube. E era tudo uma grande alegria, com todos os amigos aplaudindo, batendo fotos e confraternizando, como numa verdadeira grande reunião de amigos de 50 anos.
E chegou, finalmente, a hora tão esperada do baile dos 50 anos. E abrimos o baile, minha esposa e eu, com a alegria e a emoção de ver realizado um tão sonhado, construído e esperado sonho. E juntos, os nossos pares de amigos encheram o salão e dançamos todos embalados pelas vozes dos nossos cantores e orquestras preferidas das décadas de 50 e 60. E o sonho tornou-se um sonho realizado; e a névoa do sonho foi-se tornando mais densa e compacta à medida que o tempo passava e as pessoas iniciavam as suas despedidas; e as figuras conhecidas dos nossos amigos do passado se confundiam com a bruma e se desvaneciam na atmosfera do salão pouco iluminado, sem a realidade da despedida, como num verdadeiro sonho...
Eu tive um sonho, há pouco tempo atrás; e foi tão real ... Como eu gostaria que todos os meus amigos do passado pudessem ter compartilhado do meu sonho ....

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - LINHA TEMPORAL BRITÂNICA (2) (Quinta Parte)

2500 AC
Começa a surgir o trabalho em metal com melhoria na tecnologia de fornos
Seguindo a introdução da cerâmica dois milênios antes, o aparecimento do trabalho em metal foi outro importante passo tecnológico no controle do calor e na produção de temperaturas cada vez maiores, através do uso de pequenas fornalhas e foles de couro. O mais primitivo trabalho de metal britânico foi feito de puro cobre, bronze ( liga com percentagem muito maior de cobre e pouco estanho) ou ouro. O ouro era usado para ornamentos e jóias; bronze e cobre eram usados para pontas de lanças, machados, facas e adagas.

2500 AC – 1500 AC
O desenvolvimento dos machados de bronze conduz aos avanços nas técnicas de trabalho em madeira.
O conhecimento do trabalho em madeira, na Idade do Bronze, cresceu muito, recentemente, graças ao descobrimento de importantes locais alagados por toda a Britain e Ireland, já que os locais inundados preservam a madeira por séculos. A madeira foi o principal material de construção da Idade do Bronze e a introdução dos machados de metal foi o maior avanço tecnológico. Originalmente acreditava-se que os machados de bronze substituíram a pedra de forma gradual e num período de vários séculos; evidência recente sugere que este processo foi bastante rápido.

2500 AC – 800 AC
Os trabalhos de metal tornam-se crescentemente sofisticados
O início da Idade do Bronze (2500-1500 AC) viu a produção regular de trabalhos de metal mais sofisticados, consistindo, principalmente, de machados, adagas e pontas de flecha endentadas, conectadas à haste por um dente.
O trabalho com pederneira continua a despeito do desenvolvimento das ferramentas de metais
A introdução das ferramentas de metal, em torno de 2500 AC, não conduziu ao súbito abandono da pederneira como material para confecção das ferramentas leves do quotidiano. Ao final do Neolítico (final da Idade da Pedra), a britagem da pederneira mudou de longas lâminas para flocos mais curtos que eram afiados e fortes. Em torno de 1500 AC houve outra mudança, dessa vez em direção aos implementos para furação e perfuração no trabalho com osso e couro. Essa tradição pode muito bem ter continuado pelo início da Idade do Ferro.

2400 AC – 2200 AC
“Especialistas” criam a cerâmica “beaker” altamente decorada
A cerâmica era provavelmente produzida domesticamente; o aparecimento do trabalho com metais e novas formas altamente decoradas de recipientes para beber, chamados pelos arqueologistas de “beakers”, indicam a presença de especialistas na Britain. Provavelmente, os primeiros fabricantes dessa cerâmica vieram do continente, mas após um curto intervalo, eles tornaram-se locais.

2300 AC
“Amesbury Archer” morre perto de Stonehenge
Uma escavação de 2003 em Amesbury, Wiltshire, descobriu o corpo de um homem e cerca de 100 artefatos, incluindo facas de cobre, ornamentos de cabelo de ouro, vasos de cerâmica altamente decorados e muitas pontas de flecha de pederneira. Análises dos seus dentes mostraram que ele se criou na Europa Central. Indivíduos encontrados em dois outros túmulos próximos, do mesmo período, provavelmente teriam vindo do Wales Ocidental. Estas descobertas mostram que as viagens longas formaram uma importante parte da vida e crença do início da Idade do Bronze.

2049 AC
'Seahenge' é construída na costa de Norfolk.
Em 1998 uma pequena elipse com 55 postes de carvalho, circundando um grande carvalho invertido, foi descoberta em Holme-Next-The-Sea. Cerca de 50 diferentes machados de bronze foram usados e lascas de madeira encontradas dentro dos buracos dos postes, mostraram que as madeiras haviam sido trabalhadas no local, provavelmente como parte de um esforço comunal.

2000 AC – 1400 AC
Líderes da elite são enterrados com elaborados pertences mortuários.
Uma série de enterros de indivíduos sob aterros circulares e com pertences funerários elaborados, incluindo cerâmica funerária especial, adagas de bronze e cobre e objetos de ouro e âmbar, foram descobertos no Século XIX na área de Wessex e então no Século XX, próximo de Norfolk. Há fortes paralelos com a Bretanha, na França, sugerindo contato regular entre as duas áreas.

2000 AC
O “Lockington Gold Hoard” é enterrrado em Lockington, Leicestershire, UK.
Uma escavação de 1993 em Leicestershire revelou um pequeno cemitério contendo uma vala com vários objetos pertencentes ao início da Era do Bronze – Lockington Gold Hoard. Essa descoberta foi importante por mostrar que objetos ricos dessa espécie não ficaram confinados a Wessex e entornos de Stonehenge como se acreditava então.

1800 AC
São escavadas as primeiras minas de cobre em escala industrial.
Estima-se que o Mount Gabriel (County Cork, Ireland) produziu em torno de 370 toneladas de cobre e Great Orme (ao norte de Wales) de 175 a 235 toneladas.

1500 AC – 1200 AC
Surgem armas e ornamentos mais sofisticados de metal.
Na média Idade do Bronze, formas menores de machados começaram a surgir junto com as lanças de pontas encaixadas às hastes. Armas mais confiáveis, como punhais e pequenas espadas, começaram a surgir, bem como elaborados broches e braceletes de bronze.

1500 AC – 800 AC
As práticas cerimoniais mudam à medida que as novas idéias religiosas se desenvolvem.
Após 1500 AC, os túmulos em cemitérios circulares foram sendo substituídos por cremação em cemitérios.
Machados mais leves, com soquetes, provam ser ferramentas mais efetivas para trabalhos em madeira.
Antes de 1970 os machados mais leves, encaixados à haste através de um buraco, eram vistos como funcionalmente ineficientes; entretanto, evidência recente de madeiras preservadas e hastes completas, têm mostrado que eram ferramentas efetivas e adaptáveis, com as hastes pesadas e bem balanceadas compensando a leveza relativa da cabeça dos machados.
As planícies dos vales principais são extensivamente povoadas.
Este foi o período em que começou a diferenciar-se a cerâmica do final da Idade do Bronze daquela da Idade do Ferro.

1200 AC – 800 AC
A produção de objetos de metal aumenta e se diversifica rapidamente.
As inovações principais foram os machados menores encaixados e as espadas com lâminas afiadas para cortar.
A cultura céltica e os reinos tribais começam a emergir.
A nova estrutura social, surgida com as alterações na religião e nos cerimoniais de enterros, e que persistiu através da Idade do Ferro, foi rotulada como “Céltica”. É provável que as elites controladoras do final da Idade do Bronze compreendessem uma proporção maior da sociedade e pode ter sido centrada sobre uma “aristocracia guerreira”. Esse foi o período em que numerosas tribos da Britain começaram a combinar-se em grupos maiores que se tornaram os chamados reinos tribais da Idade do Ferro.
A casa redonda torna-se a estrutura doméstica típica.
As casas da Idade do Ferro, diferentemente das do final da Idade do Bronze, não possuíam os postes internos para suporte do telhado, cujo peso era suportado pelas paredes.

IDADE DO FERRO
800 AC – 43 DC

800 AC – 700 AC
Os primeiros fortes de Colinas são construídos.
Originados ao final da Idade do Bronze (1000 AC – 800 AC), os fortes de colinas do início da Idade do Ferro são encontrados por uma enorme área das Ilhas Britânicas. Muitos foram usados de forma pouco freqüente e podem ter sido locais de encontros e armazenamento de alimentos sazonais ao invés de povoações habitadas permanentemente.

700 AC – 500 AC
A tecnologia do trabalho com ferro se difunde.
Objetos de ferro datando do sexto ou até sétimo século AC são conhecidos na England, Scotland e Wales, mas a ampla adoção do ferro somente se tornou comum durante o quarto século AC.

700 AC – 43 AC
Pequenos assentamentos para cultivo, com malhas de campos começam a se desenvolver.
Uma economia mista de exploração agrícola é sugerida por vestígios de gado, ovelhas e porcos e o processamento de cereais incluindo trigo, cevada e aveia. Colheitas de cereais e criação de animais domésticos, melhoradas, foram desenvolvidas e introduzidas durante a Idade do Ferro.

500 AC – 100 AC
O panorama britânico torna-se dominado por fortes de colinas.
Pelo quarto século AC, muitas partes da Britain foram dominadas pelos fortes de colinas. Em algumas delas, como no centro-sul da England e as fronteiras Welsh, eles eram muito grandes com fortificações e entradas complexas. Muitos desses locais tiveram populações consideráveis e atuaram como centros de serviços para uma população rural crescente.

500 AC – 0
Os primeiros “brochs” ou torres de pedras são construídas na Scotland.
Os primeiros “brochs” datam de 500 – 200 AC e eram ainda ocupados no primeiro milênio DC. Eram construídos com duas paredes concêntricas de pedra seca de modo a criar uma torre oca. Entre as paredes ficavam as galerias e escadarias que conduziam aos níveis superiores. Os pisos superiores de madeira provavelmente constituíam o principal espaço para moradia e o piso térreo era usado como um seguro armazém para os rebanhos.

330 AC
Pytheas de Massalia circunavega a Britain.
Pytheas de Massalia (hoje Marseille, a mais velha cidade da França, fundada por gregos), um mercador e explorador grego, circunavegou as Ilhas Britânicas entre 330 e 320 AC e produziu o seu primeiro registro escrito. Ele descreveu os habitantes como habilidosos plantadores de trigo, usualmente pacíficos, mas formidáveis na guerra quando usavam os carros puxados por cavalos.

300 AC – 0
As vilas do lago Sommerset Levels, de Glastonbury e Meare, são construídas.
Esses povoamentos, sobre grandes plataformas de madeira, foram construídos sobre a borda de uma área de charco e água hoje extinta. Escavações recuperaram milhares de artefatos de madeira e outros materiais orgânicos que raramente sobrevivem em povoamentos de área seca. Na Northern Ireland, , Scotland e Wales, povoamentos menores a beira de lagos, chamados “crannogs” são conhecidos e sobreviveram até o período Romana e ainda após.

200 AC – 000 DC
Ferreiros de ouro e bronze altamente especializados criam objetos decorativos.
Muitos desses itens foram deliberadamente enterrados ou colocados em rios e lagos, provavelmente como oferendas religiosas.

100 AC
Pela primeira vez as moedas são produzidas e usadas.
As primeiras moedas encontradas na Britain eram de ouro e foram cunhadas na França. Cerca de 80-60 AC começaram a ser produzidas na Britain e em torno de 20 AC eram usadas no sudeste da England. As moedas começaram a portar nomes de governantes, algumas tinham a palavra Rex (rei em latim) e algumas o nome onde eram cunhadas, sugerindo um crescente nível de capacidade para ler e escrever o latim. Na idade do Ferro as moedas foram produzidas ao norte da England, Wales, Scotland e Ireland.

FINAL DO VERÃO DE 55 AC
O general romano Julius Caesar invade o sudeste da England.
Após a conquista da Gália (moderna França e Bélgica), Julius Caesar atravessou o English Channel com duas legiões – em torno de 10.000 homens – provavelmente para desenvolver o reconhecimento e enviar aviso aos British aliados de tribos gaulesas. As tribos locais reagiram à sua chegada na praia de Deal, próximo de Dover, mas seus carros de guerra foram repelidos e eles buscaram por uma trégua. Caesar retornou ao continente para o inverno após o mau tempo ter danificado sua frota e impedido de chegar os reforços de cavalaria.

VERÃO DE 54 AC
Julius Caesar lança uma invasão em grande escala à England.
Julius Caesar invade a Britain pela segunda vez com 5 legiões e vence uma série de batalhas antes que sua frota, em Deal, uma vez mais, fosse destruída pelas tempestades. Esse atraso permitiu aos British se reagruparem sob o comando de Cassivellaunus, líder da tribo Catuvellauni. Ele promoveu uma efetiva guerra de guerrilha antes que a traição promovida por tribos rivais permitisse a vitória de Caesar. Uma rebelião iminente na Gália o forçou a retirar-se para nunca mais voltar. As primeiras duas invasões de Cesar à Inglaterra foram de natureza exploratória apenas e nunca pretenderam absorver a Britain à esfera romana.

VERÃO DE 52 AC
O renegado líder gaulês Commius, que fugiu para a Britain, funda um novo reino.
Commius, líder da tribo gaulesa Atrebates, abandona a Gália e torna-se rei da tribo Atrebates da England central-sul, com capital em Silchester (próximo de Reading). Lá ele cria sua própria cunhagem, cujos primeiros exemplos datam de 30 AC. Commius havia sido um aliado de Roma e havia acompanhado Julius Caesar em suas duas expedições à Britain. Ele juntara-se à revolta gaulesa sob o commando de Vercingetorix em 52 AC e abandonou a Gália após uma segunda revolta perdida no ano seguinte.

50 AC – 43 DC
Surgem povoamentos muito grandes, conhecidos como “oppida”.
As povoações conhecidas como 'oppida’ (do latim, significando um centro administrativo) eram em geral locais muito amplos, algumas vezes definidos por rios ou longas valas e diques. Muitas são associadas com centros de poder tribal, comércio com o mundo romano e ricos enterros. Os exemplos incluem Colchester, St Albans e Silchester, ao sul da England. Ao tempo da invasão romana, elas podiam ser encontradas tão longe ao norte quanto Stanwick, em Yorkshire. Nenhuma ‘oppida’ foi encontrada na Scotland, em Wales e na Northern Ireland.

VERÃO DE 27 AC
O imperador romano Augustus planeja a invasão da Britain.
Buscando fronteiras seguras para o seu império, Augustus desenha os planos para uma invasão à Britain mas não os concretiza atendendo às súplicas dos reis British Dumnobellaunus e Tincommius. Com isso as relações entre Roma e Britain permanecem boas pelas duas gerações seguintes, com evidência de que Roma mantinha um saudável comércio com os Britons.

20 AC – 43 DC
A influência romana cresce ao sul da Britain.
A partir de 20 AC o comércio se intensifica em locais como Colchester, St. Albans e Sichester, que exportam cerâmica, vinho e trabalhos com metais aos romanos, deles importando escravos, grãos, cães de caça e metais preciosos. É possível que algumas tribos do sudeste tenham desenvolvido relações diplomáticas com o início do império romano de Augustus e seus sucessores imediatos.

5 DC
Roma reconhece Cymbeline, rei dos Catuvellauni, como rei da Britain

INVERNO DE 9/10 DC
Cunobelinus torna-se rei da tribo Catuvellauni.
Liderando essa tribo por 30 anos, conquistou um imenso território. Seu nome aparece em moedas cunhadas em Colchester e St. Albans e é descrito pelo historiador romano Suetonius como “Rei dos Britons”. Seu território central era Hertfordshire, mas veio a controlar grande parte da East Anglia e o sudeste da England.

INVERNO DE 39/40 DC
Desenvolve-se uma crise na corte de Cunobelinus.
Um conflito de sucessão eclodiu no trono do enfermo Cunobelinus. Adminius, o filho mais jovem do rei, foi exilado e fugiu para a corte do imperador romano Calígula. Seus irmãos mais velhos, Caratacus e Togodumnus, ficaram com o controle dos extensos territórios tribais que se espalhavam pela maior parte da East Anglia e o sudeste da England.

VERÃO DE 40 DC
O imperador romano Calígula planeja uma invasão à Britain.
Tendo liderado o Império Romano de 37 a 41 DC, Calígula, por sua megalomania, tornou difícil ver com clareza fatos objetivos da campanha. Possivelmente ele pretendia o prestígio da conquista da Britain, algo que Julius Caesar não obteve, mas o exército recusou-se a prosseguir e a invasão foi abandonada.

VERÃO DE 42 DC
Verica, rei dos Atrebates, apela a Claudius para ajudá-lo a reconquistar seu trono.
Na expansão do território herdado, Caratacus e Togodumnus penetraram terras de seus vizinhos tribais, empurrando Verica, o rei dos Atrebates, para fora da Britain sul-central que acabou procurando refúgio em Roma. Como um “rei cliente” de Roma, procurou o apoio do Imperador Claudius numa proposta de reivindicação do seu trono. Foi o pretexto para a invasão romana da Britain no ano seguinte.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - LINHA TEMPORAL BRITÂNICA (1) (Quarta Parte)

Na primeira parte da nossa história da Inglaterra, expusemos a terminologia geográfica envolvida na área em foco e apresentamos um rápido esboço dos povos que formaram e habitaram as ilhas britânicas. A existência dessa primeira parte era vital para o bom entendimento do que segue.
Nessa segunda parte, que ora iniciamos, apresentaremos uma linha temporal da história britânica, para que o leitor possa ter, inicialmente, uma idéia rápida e compacta do todo, para, posteriormente, passarmos à história detalhada das ilhas britânicas. Com isso, o leitor menos curioso do assunto poderia deter-se já ao final da apresentação desta segunda parte, ficando com uma boa idéia, resumida, do assunto que nos propusemos apresentar.
Retorno mais uma vez à origem da minha idéia, para recordar que o objetivo principal desse amplo artigo é a figura lendária do Rei Arthur e seus Cavaleiros da Távola Redonda. Há sim, muito sentido em estudar as épocas anteriores à figura central do relato, mas quase nenhum no estudo das épocas posteriores ao acontecimento que mais interessa. Por essa razão, viemos às origens do mundo britânico, mas muito pouco avançaremos na história da Inglaterra, além da época em que se desenrolaram os assuntos relativos à figura histórico-lendária do Rei Arthur.

NEOLÍTICO E IDADE DO BRONZE
6000 AC – 800 AC
O Neolítico, também chamado de Idade da Pedra Polida, começou em 8000 AC e foi o último período da Pré-História, terminando com o surgimento da escrita. A transição do Neolítico para a Idade dos Metais (Idade do Bronze e Idade do Ferro) caracterizou a transição da Pré-História para a História.

6000 AC
A Britain separa-se do Continente Europeu
Acompanhando o final da última Era do Gelo, em torno de 10.000 anos atrás, os níveis do Mar do Norte começaram a elevar-se pelo degelo de grandes lençóis gelados. Em algum tempo após 8200 AC, a última “ponte terrestre” seca, de Libcolnshire e East England para a Holanda, foi tomada pelo pântano salgado. Em torno de 6000 AC até mesmo os pântanos já tinham sido, em sua maior parte, afogados pelo mar.

4500 AC – 3500 AC
São introduzidas as técnicas agrícolas do Continente
Ainda antes de 4500 AC, os povos do Paleolítico e Mesolítico (Antiga e Média Idade da Pedra) eram nômades, caçadores e apanhadores de plantas selvagens. Pelo meio do quinto milênio AC, um novo modo de vida, baseado na agricultura e criação de animais, foi introduzido do Continente. A substituição da caça e da coleta foi gradual e não foi completada até a última parte do terceiro milênio AC na Britain. Assim que a agropecuária foi estabelecida, as comunidades começaram a se fixar.

Inicia-se a produção da cerâmica simples
A manufatura da cerâmica requer o controle de altas temperaturas e é um importante desenvolvimento tecnológico antigo. A cerâmica chegou à Britain com os primeiros agricultores. Os primeiros vasos de cerâmica não eram, em geral, decorados, com bordas pesadas e bases arredondadas. A partir de 3500 AC as partes superiores de alguns vasos de cerâmica eram decoradas com padrões feitos enquanto a argila estava ainda mole. A cerâmica é muito importante para os arqueólogos porque muito durável, sobrevivendo no solo por milhares de anos.

4500 BC – 2500 BC
Ferramentas de pedra cada vez mais sofisticadas são construídas através de novas técnicas de polimento
Por toda a Idade da Pedra (do Paleolítico ao Neolítico), as ferramentas de pedra eram confeccionadas lascando-as ou britando-as. Isso envolvia a remoção de lascas com uso de uma pedra como martelo ou um “martelo macio” de osso ou corno. No Neolítico, machados e facas eram, primeiramente, esboçadas pela britagem e depois eram polidas com o uso de areia abrasiva e água ou uma pedra abrasiva de forma adequada. Esse processo demorado produzia uma borda cortante mais durável, que podia ser facilmente afiada.

As casas tornam-se cada vez mais sólidas e permanentes
As casas da era Mesolítica (meio da Idade da Pedra) eram principalmente estruturas leves adequadas ao estilo de vida nômade. Já as casas do Neolítico (último período da Idade da Pedra) eram mais permanentes, com telhados de colmo e paredes de aveleira entrelaçada ou hastes de salgueiro, tornados a prova do vento com uma mistura de argila, palha e estrume. As primeiras casas do Neolítico eram muitas vezes de forma retangular, mas em torno de 3000 AC, casas redondas começaram a tornar-se mais populares. Esse fato coincide com o aparecimento dos monumentos rituais circulares, como os “henges” e túmulos de passagem. A palavra "henge" é uma palavra nova, criada pela remoção do prefixo real ou suposto, da palavra Stonehenge, o famoso monumento em Wiltshire, sudoeste da Inglaterra.


Desenvolvimento da poda e da carpintaria
A escavação das árvores para a confecção de botes de troncos iniciou no Mesolítico, mas a carpintaria do uso de grandes madeiras estruturais para construção foi uma inovação do Neolítico. A poda é o corte regular e sistemático de uma árvore ou arbusto para estimular o rápido crescimento dos brotos. O machado polido de pederneira era a principal ferramenta usada. As grandes árvores eram derrubadas com machados e desmembradas em pranchas. Hastes e estacas menores, cortadas de aveleiras podadas eram entrelaçadas para fazer cercas e barreiras.

4500 BC – 2000 BC
Pederneira e pedra começam a ser extraídas do subsolo
Os machados feitos de pederneira polida foram importantes ao longo do Neolítico e do início da Idade do Bronze. Pedra de fina granulometria era extraída da encostas da Cumbria, Wales, Cornwall e Northern Ireland. A pederneira minerada é de melhor qualidade que a de superfície.

4500 BC – 3000 BC
Pequenos assentamentos permanentes são desenvolvidos
Há menos assentamentos primitivos do Neolítico na England e Wales – que podem refletir um estilo de vida mais móvel entre os primeiros fazendeiros dessas áreas – do que na Scotland e Ireland. Os mais primitivos assentamentos do Neolítico eram constituídos por uma a três casas, possivelmente com uns poucos anexos. Raramente eram defendidos, exceto na Cornwall. A maioria dos assentamentos era colocada a alguma distância das áreas de túmulos.

4000 AC – 3000 AC
Os enterros comunitários começam a ser praticados
As comunidades primitivas do Neolítico enterravam seus mortos em túmulos compartimentados. A tradição mais primitiva, em torno de 4000 AC, de longos túmulos, possuíam câmaras feitas de grandes pedras (megalitos), ou madeiras, dentro de um longo montículo trapezoidal com um átrio onde os ritos funerários aconteciam. Posteriormente (a partir de cerca de 3000 AC), os túmulos “de passagem” desenvolveram os enterros comunitários, provavelmente para ajudar a unir as comunidades em cenários escassamente povoados.

INVERNO DE 3807 AC – PRIMAVERA DE 3806 AC
A primeira trilha de madeira da Europa é construída
A “Sweet Track”, no Somerset Levels, consiste em uma trilha de madeira elevada, acima do terreno pantanoso, sobre apoios de traves cruzadas. Ela se estendia através de um charco entre o que era então uma ilha e uma área alta. Foi escavada entre 1970 e 1982 e sua idade precisa revelada por estimativa de anéis de árvore (dendocronologia). O Somerset Levels é uma planície costeira alagada, escassamente povoada, do Somerset central, England.

3500 AC
Surge o primeiro local para cerimoniais
Os primeiros encontros cerimoniais, onde diferentes comunidades se reuniam, tiveram lugar dentro de recintos fechados com passadiços, denominados a partir das valas grosseiramente circulares que definiam seus limites, cavadas em segmentos separados por passadiços. A maioria das valas era preenchida e reaberta de tempos em tempos, e os enchimentos das valas incluíam oferendas como crânios de animais e humanos, ossos com carnes, cerâmica e machados de pedra sem uso. Em muitos casos as áreas em torno dos recintos fechados eram, subseqüentemente, transformadas em cenários de rituais.

3300 AC – 1200 AC
São construídos os primeiros círculos de pedra e 'henges'
Embora círculos de pedra ocorram na Europa continental, “henges” são um fenômeno tipicamente “British” e “Irish”. Eles consistem de uma vala circular e uma barreira externa, normalmente circundando conjuntos de estacas ou pedras verticais. Esses locais podem ser adentrados por meio de uma, duas ou mais vias de acesso. A maioria dos “henges” se situa dentro de “cenários rituais” especializados e podem ser ligados a avenidas estaqueadas por pedras verticais ou barreiras e valas. Os mais conhecidos são Stonehenge e Avebury em Wiltshire.


3300
Desenvolvimento dos túmulos de ‘galeria’
A tradição original (cerca de 4000 AC) era de longos túmulos, mas em torno de 3000 AC começaram a se desenvolver os túmulos de “galeria”. Eles consistiam de um “hall” central feito de pedra com três ou mais câmaras laterais, alcançadas por uma longa e baixa passagem, da qual o nome é derivado. A passagem e as câmaras eram ocultas dentro de um grande túmulo redondo; a passagem era muitas vezes alinhada de acordo com o nascer do sol do meio do inverno.

3000 BC – 1500 BC
As povoações proliferam e mais terra é desmatada para cultivo
A tecnologia alterou-se no início da Idade do Bronze (2500 AC na Britain), mas o modo de vida básico permaneceu praticamente o mesmo. A maior freqüência de assentamentos conhecidos, aliada à evidência do aumento do desmatamento de terras de cultivo, indica um crescimento populacional constante. A partir de 2500 AC, as casas redondas eram a principal forma de construção doméstica. A partir de 2000 AC surgem evidências de sistemas de campos, muitas vezes alinhados com túmulos pré-existentes, que sugerem que eles seguiam sistemas primitivos de partição da terra.

Proliferam os 'cenários rituais' como ‘henges’ e túmulos redondos
A partir de cerca de 3000 AC algumas áreas ritualmente importantes em tempos anteriores, ganharam significado maior. Há evidência de locais de cerimoniais menores e mais especializados como os ‘henges’. Uma imensa variedade de túmulos redondos da Idade do Bronze começaram a proliferar após 2500 AC. Os cenários rituais eram normalmente localizados na zona rural plana ou ondulada, como Salisbury Plain, ou em vales fluviais. Muitas vezes eles se agrupavam em torno de cercados com passadiços e haviam dezenas ou mesmo centenas de monumentos diferentes.

Túmulos simples em cemitérios redondos substituem os enterros comunitários
A prática dominante de enterros comunitários foi substituída por um novo rito de túmulos dentro de cemitério redondos. O sepultamento para o qual o cemitério havia sido originalmente feito, é conhecido como o “principal”, mas muitas vezes uma série de sepultamentos ou cremações secundários eram introduzidos. Eles sugerem que os cemitérios marcavam uma presença importante no panorama e que eram significativos para uma família, clã ou tribo. Algumas vezes, o “principal” era provido de bens mortuários valiosos, sugerindo uma sociedade crescentemente hierárquica.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - TERMINOLOGIA GEOGRÁFICA E POVOS FORMADORES (Conclusão) (Terceira Parte)

No artigo anterior iniciamos a "Terminologia Geográfica e Povos Formadores", que concluimos nesse artigo, com os povos formadores.

Brython (Bretão)
Brython e Brythonic (britânico) são termos que se referem aos nativos, antes dos romanos, habitantes que falavam céltico, da maioria da ilha da Grã Bretanha e sua cultura e língua, as línguas britânicas. Esse grupo étnico também é referido como tribos britânicas, os antigos Britons, ou simplesmente Britons. Não se sabe, presentemente (e talvez não se possa saber) se a população total da Grã Bretanha era brythonic. Os termos “Brython” e “Briton” são tradicionalmente usados para referir-se aos habitantes da antiga Britain (Bretanha), excluídos os Picts, cujas demais características culturais, afora a língua, permanecem diferentes dos Brythons.

O termo “Celts” (Celtas), pronunciado “kelt”, refere-se a qualquer de um grande número de povos antigos da Europa que usavam as línguas celtas, um ramo das línguas Indo-Européias, bem como outros povos cuja língua seja desconhecida, mas onde traços culturais associados, como a arte celta, são encontrados em evidência arqueológica. Hoje, “Celtic” é muitas vezes usado para descrever as línguas e correspondentes culturas da Irlanda, Escócia, País de Gales, Cornwall (Cornuália), Isle of Man e a região francesa da Brittany (Bretagne).

Picts
Os Picts eram uma confederação de tribos que viveram ao norte e no centro da Escócia, do terceiro ao décimo século DC, ao norte do canal de Forth and Clyde, que une o estuário do rio Forth (cidade de Alooa) ao estuário do rio Clyde (cidade de Dumbarton), na parte mais estreita das partes baixas da Escócia.
Eram descendentes dos Caledonianos (habitantes da Caledônia, assim denominada, pelos romanos, a terra além da fronteira romana) e de outras tribos mencionadas pelos historiadores romanos. No ano 142 DC os romanos construíram a Muralha Antonina, do Forth para o Clyde para tentar impedi-los de perturbar a paz do Império. Pictland, também conhecida por Pictavia, tornou-se o reino de Alba (Scotland em Scottish Gaelic) durante o século X DC e os Picts tornaram-se os Albannach ou Scots.

Gaul (em Latim Gallia) era a região da Europa ocidental ocupada hoje em dia pelo norte da Itália, França, Bélgica, oeste da Suíça e partes da Holanda e Alemanha à margem ocidental do rio Reno. Em inglês, a palavra Gaul também se refere ao habitante celta daquela região nos tempos antigos, embora os gauleses estivessem espalhados pela Europa nos tempos dos romanos, falando uma língua gaulesa (um derivativo do celta primitivo).

Angles
Angles é a palavra moderna para um povo de língua germânica que tomou o seu nome do ancestral cultural de Angeln, um distrito moderno localizado em Schleswig, Alemanha. O nome étnico teve várias ortografias; comprovadamente a mais antiga foi Anglii, uma tribo germânica mencionada na “Germânia”, de Tacitus. Um indivíduo dessa identidade seria um Anglius (masculino) ou um Anglia (feminino), que no plural seria Anglii ou Angliae; o masculino seria usado como forma genérica. Hoje a maioria dos estudiosos acredita que os Anglii tenham vivido, inicialmente, nas costas do Mar Báltico, provavelmente na parte sul da península da Jutland (atual Dinamarca). O antigo historiador anglo-saxão, o Venerável Bede, declara que antes de virem para a Grã Bretanha, os Anglii habitaram uma terra chamada Angulus e evidência similar é dada na Historia Brittonum. O Rei Alfred, o Grande, e o narrador Æthelweard identificaram esse lugar com o distrito agora chamado Angeln, na província de Schleswig (Slesvig), identificação que concorda bem com as indicações dadas por Bede.
Durante o século V DC os anglii invadiram a Grã Bretanha, após o que seu nome não voltou a ser ouvido no continente. De acordo com o Venerável Bede, após a invasão da Grã Bretanha, os Angles se dividiram e fundaram os reinos do Nord Angelnen (Northumbria), Ost Angelnen (East Anglia) e a Mittlere Angelnen (Mercia). Graças à influência dos Saxões (falaremos deles a seguir), as tribos foram coletivamente chamadas de Anglo-Saxons pelos Normandos (descendentes dos Vikings da Escandinávia e habitantes do norte da França) e a região da Inglaterra é ainda conhecida como East Anglia. De qualquer forma esta pequena e relativamente oriental localização geográfica do original grupo tribal Angeln, conduziu a um dos duradouros mistérios da invasão Anglo-Saxon: como é possível que os Anglo-Saxões fossem tão freqüentemente mencionados como colonizadores da antiga Grã Bretanha, enquanto que a evidência da vizinha e muito mais poderosa influência colonizadora dos Frisians (vindos do norte da Alemanha, Dinamarca e sul da Escandinávia) tenha sido tão limitada a descobertas na ciência arqueológica e, mais freqüentemente, apenas a inferências e deduções lógicas? Com certeza, sabe-se que os étnicos Frisians habitaram a terra diretamente no caminho de qualquer rota de emigração de Angeln para a Grã Bretanha (com exceção da longa e difícil rota pelo mar, em torno da ponta norte da Dinamarca) e, de fato, eles também habitaram as terras entre o antigo domínio saxônico e a Grã Bretanha; contudo, eles são raramente mencionados como tendo tomado parte na grande migração.

Saxons
Os Saxons ou povo da Saxon são (hoje em dia) parte do povo alemão com suas principais áreas de assentamento nos estados federais da Alemanha de Schleswig-Holstein, Lower Saxony, Saxony-Anhalt e a parte norte da North-Rhine-Westphalia. Mencionados pela primeira vez pelo antigo geógrafo grego Ptolomeu, o assentamento pré-cristão do povo saxão originalmente cobria uma área pouco mais ao noroeste, com partes do sul da península Jutland, Old Saxony e pequenas seções da Netherlands oriental. Durante o século V DC os Saxões fizeram parte dos povos que invadiram a Grã Bretanha, formando os Anglo-Saxons.

Jutes
Os Jutes eram um povo germânico que se pensa ter originado da Jutland, moderna Dinamarca e parte da costa Frísia. Os Jutes, juntos com os Angles, Saxons e Frisians, estavam entre as tribos germânicas que navegaram através do Mar do Norte para atacar e, finalmente, invadir a Grã Bretanha a partir do final do século IV DC, deslocando, absorvendo ou destruindo os povos nativos celtas que lá habitavam. De acordo com o Venerável Bede, acabaram por estabelecer-se em Kent, Hampshire e a Isle of Wight.
Já alguns séculos antes do colapso da autoridade romana no oeste e de sua regência na Ilha, saxões vinham ameaçando as praias da Britannia, onde lhes tinha sido permitido estabelecer-se como fazendeiros. Contudo, em 449 DC, após um ataque devastador dos Picts e seus aliados, a administração Romano-British convidou dois senhores da guerra Jutish – Hengist e Horsa – para ocupar a ilha de Thanet, ao norte de Kent (sudeste da Grã Bretanha) e atuar como mercenários contra os Picts no mar. Após terem os Jutes executado a sua missão e derrotado os Picts, eles retornaram com demanda por mais terras. Como seu pedido foi rejeitado, eles se revoltaram e provocaram uma insurreição que contou com todos os fazendeiros estabelecidos da família germânica. Com a revolta vitoriosa, surgiram três reinos Saxon separados:

1. Os Saxões do leste: estabelecidos em torno de Colchester, que criaram a área de Essex;
2. Os Saxões do sul: liderados por Aelle, que criaram a área de Sussex;
3. Os Saxões do Oeste: liderados por Cerdic, que criaram o reino de Wessex, e sua capital Winchester.

Os historiadores se dividem sobre o que se seguiu. Alguns argumentam que a posse das terras baixas da Grã Bretanha pelos Anglo-Saxões foi pacífica. Contudo, de acordo com o relato de Gildas, um Briton nativo que viveu naquele tempo, muitas guerras ocorreram entre o nativos Romano-Britons e os invasores Jutes, Saxons and Angles por cerca de 400 anos, sendo os Britons gradualmente empurrados e contidos nas fortalezas montanhosas do País de Gales, sudoeste e noroeste da England e vale do Rio Clyde, já na Escócia. Alguns teriam mesmo fugido, por mar, para a Bretanha Francesa.
Coletivamente, os colonizadores Germânicos da Grã Bretanha, em sua maioria Saxons, Angles e Jutes, vieram a ser chamados Anglo-Saxons.

sábado, 10 de julho de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO - TERMINOLOGIA GEOGRÁFICA E POVOS FORMADORES (Segunda Parte)

Recapitulando ... Essa pretensiosa idéia de escrever uma história da Inglaterra teve a sua origem motivada pela figura histórico/lendária de um dos seus personagens mais ilustres, o Rei Arthur. Desde muito cedo peguei gosto pela literatura Arthuriana e só depois de velho consegui o almejado direito ao “ócio produtivo”, para poder dedicar-me a uma pesquisa mais aprofundada sobre a vida desse personagem. Ora, a vida do Rei Artur está diretamente ligada à vida da Inglaterra que, por sua vez, é um dos países de história mais complexa do mundo por, pelo menos, dois motivos principais: (1) trata-se de uma grande ilha, além de física (bem, tudo tem o seu limite, como veremos), culturalmente separada do continente europeu, por veemente e própria opção; (2) a sua peculiar origem e a forma de colonização que sofreu ao longo do seu estabelecimento como um só país. Uma coisa leva a outra e chegamos à conclusão que, para contar uma pequena história do Rei Artur, deveríamos contar um pouco da história da Inglaterra, que não é pequena e começou há muito, mas muito tempo atrás.
Há hoje, e sempre houve, muita confusão quanto à terminologia envolvida na definição das áreas que pertencem, ou estão mais estreitamente ligadas, à nação inglesa, bem como dos povos que as ocuparam. Por essa razão, antes de adentrar a história da Inglaterra, propriamente dita, vamos tentar esclarecer a terminologia envolvida na matéria.
Esse assunto é bem delicado desde o seu início. Queremos que o leitor tenha em mente que estamos tratando, ao final, de uma terminologia assim utilizada na língua inglesa e estamos escrevendo este artigo em língua portuguesa. Por essa razão procuraremos, sempre que possível e para errar menos, manter as palavras originais inglesas, embora com possível pequeno prejuízo para os que desconhecem essas palavras em seu original. Sempre que não atrapalhar ou causar confusão, faremos a tradução das palavras originais para o português.
Evidentemente, não pretendemos que o que segue seja decorado pelo leitor. O texto deve ser visto como uma referência e guardado para ser utilizado sempre que se tornar necessária alguma pesquisa futura.

A palavra “Britain” (do Latim “Britannia) é um termo informal usado (de forma abreviada ou por conveniência) quando se referindo:

• A) à ilha da Great Britain (Grã Bretanha), constituída pelas nações da England (Inglaterra), Scotland (Escócia) e Wales (País de Gales);



• B) ao país United Kingdom of Great Britain and Northern Ireland (o "United Kingdom" – Reino Unido - ou "UK"), o Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte;


• C) algumas vezes à província Romana chamada Britain or "Britannia" (região da França ocidental - Bretanha), ao tempo dos romanos e ainda hoje (Bretagne, em francês).





England é o maior e o mais populoso país constituinte do United Kingdom. Ele é, sozinho, responsável por mais de 83% da população total do UK, ocupa a maior parte (dois terços), ao sul, da ilha da Great Britain e reparte terras de fronteira com a Scotland ao norte e Wales a oeste. No restante, ela faz limite com o North Sea (Mar do Norte), Irish Sea (Mar Irlandês), Oceano Atlântico e English Channel (Canal da Mancha).
A palavra England vem dos Angles (em Old English, "Engla", de onde, "Engla Land" – terra dos Engla), uma das numerosas tribos germânicas que se teria originado em Angeln, no norte da Germany (Alemanha), que se estabeleceram na England durante os séculos V e VI DC. Esta é também a origem do seu nome latino Anglia. É sempre importante lembrar – e vamos ver esse assunto com bastante detalhe – que boa parte da Great Britain esteve, durante séculos, ocupada pelos romanos e daí a justificativa para a grande quantidade de vocábulos latinos na língua inglesa. England não possui mais identidade política distinta desde 1707, quando o Kingdom of Great Britain (Reino da Grã Bretanha) foi estabelecido como uma entidade política unificada; contudo, ela tem uma identidade legal separada da Scotland e Northern Ireland, como parte da entidade England e Wales.

A maior cidade da England, London (Londres), é também a capital do United Kingdom.
A palavra England é algumas vezes usada, incorretamente, como um sinônimo para Great Britain ou United Kingdom, usualmente originado de uma inocente confusão sobre terminologia geopolítica local.
A Northern Ireland (Irlanda do Norte) é um dos quatro constituintes do United Kingdom. Ela está situada na ponta nordeste da ilha de Irlanda, na província de Ulster e é constituída por seis distritos (counties). A Northern Ireland é a única parte do United Kingdom com uma fronteira terrestre externa (com a Republic of Ireland). Foi criada por Ato do Governo da Irlanda, de 1920 e tem sua forma própria de governo, de uma forma similar à Scotland e Wales. Contudo, o Congresso da Northern Ireland está presentemente suspenso. Northern Ireland foi, por vários anos, o local de uma amarga campanha de violência étnica/religiosa entre uma minoria de Nacionalistas (que eram predominantemente católicos e queriam a reunião com a Republic of Ireland) e uma maioria de Unionistas (que eram predominantemente protestantes e queriam permanecer como parte do United Kingdom).

A Scotland (Gaelic: Alba) é uma nação ao noroeste da Europa e um dos países que constituem o United Kingdom. O país ocupa o terço norte da ilha da Great Britain, partilha uma fronteira terrestre, ao sul, com a England e é limitada pelo North Sea a leste, o Oceano Atlântico ao norte e oeste e o North Channel (Canal do Norte) e Irish Sea a sudoeste. Além da parte terrestre, mais importante, a Scotland é constituída por mais de 790 ilhas. Sua capital administrativa, Edinburgh, é um dos maiores centros financeiros da Europa. As águas escocesas consistem de um grande setor do Atlântico Norte e do North Sea, contendo as maiores reservas de óleo da União Européia. O reino da Scotland foi um estado independente até 1º de maio de 1707, quando os “Atos da União” definiram uma união política com o reino da England, criando o reino da Great Britain. A Scotland permanece como um estado e uma jurisdição separadas, na Lei Internacional Pública. A lei, o sistema educacional e a igreja escocesa têm sido as pedras fundamentais que contribuem para o prosseguimento da cultura e identidade nacional escocesas desde a União.

Wales (País de Gales) é uma das quatro nações constituintes do United Kingdom. Wales está localizado a sudoeste da Great Britain e tem fronteiras pelos condados ingleses de Cheshire, Shroshire, Herefordshire, and Gloucestershire a leste, o Bristol Channel (Canal de Bristol) ao sul, Saint George’s Channel (Canal de Santo George) a sudoeste e o Irish Sea a oeste e ao norte. O termo “Principality of Wales” (Principado de Gales) é algumas vezes usado, embora o Príncipe de Gales não tenha qualquer papel no governo de Wales e seja bem impopular entre alguns. Wales deixou de ser politicamente independente após 1282, quando o Rei Edward I da England derrotou o monarca galês Llywelyn II na batalha de Cilmeri, embora a lei galesa não tenha sido substituída de forma integral pela lei inglesa até as Leis dos Atos Galeses de 1535-1542. A capital do Wales desde 1955 é Cardiff, embora Caernarvon seja o local  onde o Príncipe de Gales foi investido e Machynlleth tenha sido o lar do parlamento. Em 1999 foi formada uma Assembléia Nacional para o Wales, com poderes domésticos limitados e que foram expandidos em 2007.

A seguir ... Os Povos Formadores da Inglaterra ...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

UMA PEQUENA HISTÓRIA DA INGLATERRA CONTADA POR UM GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, DESCENDENTE DE PORTUGUESES E RESIDENTE EM GRAMADO (Primeira Parte)

INTRODUÇÃO

O título da postagem foi proposital e jocosamente escolhido, com o objetivo antecipado de, claramente, demonstrar que não possuo qualquer pretensão de escrever um tratado sobre a Inglaterra, por razões óbvias, que nem sequer necessitam ser arroladas. A origem dessa postagem, como da maioria de todas as anteriores e, possivelmente, de muitas das que se seguirão, é a ignorância do próprio autor. Eu possuo o hábito de pesquisar sobre o assunto tratado em qualquer livro, ou publicação em geral, que leio, visando aprofundar o meu conhecimento sobre a matéria ou suas partes; isso inclui a região onde se desenvolve a história, o autor da matéria, um personagem abordado etc.
Nesse caso específico, a explicação do motivo que me levou a escrever essa matéria é muito mais necessária, porque preciso justificar a amplitude da pesquisa e a superficialidade com que será tratado o assunto; com isso trato também de justificar, antecipando-me às críticas que certamente ocorrerão, as lacunas e imprecisões que certamente existirão. Portanto, os leitores já devem estar prevenidos de que esta matéria não deverá ser encarada como um manual de pesquisa sobre a história da Inglaterra, mas visou, fundamentalmente, a satisfação das minhas necessidades pessoais.
Tudo teve início quando comecei a interessar-me pela saga Arthuriana e seus cavaleiros da "távola redonda". Especificamente, ao concluir a leitura do volume "Idylls of the King", de Alfred, Lord Tennyson, considerado um dos cem maiores livros do mundo, assunto já abordado em uma das minhas postagens. Alfred, Lord Tennyson, foi um autor inglês, nascido em 1809 e falecido em 1892, considerado o principal representante da época vitoriana, na poesia. A obra contém doze poemas narrativos em versos brancos, que contam os feitos de vários cavaleiros, incluindo Lancelot, Geraint, Galahad, Balin e Balan, Merlin e a Dama do Lago. Há uma pequena transição entre os idílios, mas a figura central de Arthur liga todas as histórias.
Tendo já lido outras obras sobre o mesmo assunto, visto filmes, acompanhado discussões sobre lenda ou história, comecei a interessar-me pela figura do Rei Arthur e parti para a pesquisa. E a primeira constatação foi a de que há uma séria dúvida sobre esse personagem, mesmo entre os ingleses pesquisadores e muita relação, documentada, entre a lenda arthuriana e a história da Inglaterra. Como é natural, à medida que a pesquisa prosseguia, tanto mais ampla e profunda ela se tornava e decidi então a escrever, não mais sobre o Rei Arthur, mas sobre a própria Inglaterra. Tarefa árdua, a começar pelo fato de que o país tem uma história que se confunde com o tempo, ao contrário do nosso, descoberto em 1500 DC.
Em vista disso, adotamos a estratégia de apresentar a postagem em capítulos e, além disso, dividir a narrativa em quatro grandes grupos que serão descritos e mencionados, durante as várias postagens. Esta primeira postagem corresponde apenas a uma introdução ao assunto, mas uma introdução muito necessária para que todos entendam o que seguirá.
Numa primeira grande seção, apresentarei uma espécie de terminologia da área geográfica envolvida e dos povos que tomaram parte nas origens da formação do atual povo inglês. Há muita confusão sobre a terminologia da geografia da Ilha e ainda muita controvérsia sobre as diferentes raças que contribuíram para o caldeirão da raça inglesa.
A seguir, apresentarei uma linha temporal macroscópica da história da Inglaterra, para que se tenha, de imediato, um grande conjunto das várias épocas pelas quais este país transitou, antes de nos determos na sua história detalhada, propriamente dita.
Iniciaremos então a história da Inglaterra, propriamente dita e, na hora oportuna, introduziremos um capítulo especial que é a razão primeira da nossa pesquisa, inteiro e detalhadamente dedicado ao Rei Arthur.
Preparem-se, pois se o trabalho de pesquisar e escrever será árduo, a minha "vingança" será o trabalho a ser dedicado em sua leitura ... pelos leitores.
Eu quero dedicar este trabalho - sem o seu conhecimento, será uma surpresa -, a uma pessoa que conheci através das minhas publicações e que acabou por tornar-se uma assídua seguidora deste blog. Mais do que isso, uma ferrenha incentivadora das minhas publicações, não permitindo, de forma alguma, a minha ociosidade. Foi por ela que tomei a decisão de iniciar a publicação deste artigo num momento de longa inatividade literária, motivada por outros afazeres que me absorveram totalmente. À minha querida amiga Gilda Silveira Souto, das bandas do Alegrete. 

terça-feira, 23 de março de 2010

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS HEBREUS - PARTE IV (ÚLTIMA)

A partir daí, o cronista bíblico concentra-se no relato da história de um dos filhos de Jacó, especificamente José ou José do Egito, como ficou conhecido. Ele foi o décimo primeiro filho de Jacó, nascido de Raquel, citado no livro do Gênesis, do Antigo Testamento, considerado o fundador da Tribo de José, constituída, por sua vez, pelas semi-tribos de Efraim e de Manassés (seus filhos). José teria sido o filho preferido de Jacó, apesar de não ser o seu primogênito (mas o primeiro filho de Raquel, a mulher que mais amava) e nunca escondeu a sua posição de superioridade, em relação aos outros irmãos, que se ia manifestando através de sonhos em que a sua figura tomava sempre um lugar de destaque e liderança. O favoritismo de que era alvo, por parte do pai, valeu-lhe a malquerença dos irmãos, que o venderam como escravo, por 20 moedas de prata, a mercadores ismaelitas, que o levaram ao Egito do período da XVII dinastia (faraós hicsos).
No Egito, José foi comprado por Potifar, oficial e capitão da guarda do rei, de quem conquistou a confiança e tornou-se o mais diligente dos criados e adimistrador da casa, após estudar com um escriba e aprender o egípcio antigo. Sofreu acusação injusta de tentativa de abuso da mulher do seu amo, após tentativa frustada de sedução por parte desta e por isso foi preso. Na prisão, tornou-se conhecido como intérprete de significado dos sonhos e decifrou o sonho dos copeiro-chefe e padeiro-chefe do palácio do Faraó Apopi I, presos e acusados de conspiração. Segundo a interpretação de José, o sonho do padeiro-chefe indicava que ele seria enforcado e o do copeiro-chefe que seria salvo, o que de fato ocorreu. Um dia, o Faraó teve um sonho em que sete vacas magras comiam sete vacas gordas e mesmo assim continuavam magras. Ele convocou todos os sacerdotes do Egito para decifrá-lo, mas nenhum deles conseguiu. José foi então chamado e interpretou o sonho do Faraó como se o Egito fosse passar por sete anos de fartura e sete anos de seca. Satisfeito com a interpretação dada por José, o Faraó o nomeia Adon do Egito, um cargo semelhante a chanceler, embora algumas versões da bíblia mencionem a palavra Governador. José, então, ordena a construção de celeiros para armazenar a produção do Egito durante os anos de fartura. Com isso ele conseguiu, não apenas evitar a fome em sua região, como vender, na época da seca, alimento a preço de ouro à região do Alto Egito, assim desastabilizando a situação política do grande adversário (Taá II, apoiado pela casta religiosa do Baixo Egito) do seu Faraó. O Faraó deu a José, por esposa, a filha de um sacerdote egípcio, da qual lhe nasceram dois filhos: Manassés e Efraim, que não prestavam culto ao Senhor, especialmente Efraim que rapidamente prosperou.
Por causa da fome nos países vizinhos, os irmãos de José, com exceção de Benjamim, seu único irmão por parte de pai e mãe, acabaram por ir ao Egito em busca de suprimentos. Seus irmãos não reconheceram José, que forneceu-lhes os cereais mas fingiu suspeitar de que fossem espiões. Finalmente liberou-os para a partida, mantendo apenas Simão cativo, dizendo-lhes que trouxessem Benjamim como prova de que eram honestos. Jacó, inicialmente, não permite, mas depois concorda que Benjamim acompanhe os irmãos de volta ao Egito. São bem recebidos por José que esconde sua taça de prata na bagagem de Benjamim, simulando um furto. O irmão mais novo é ameaçado de prisão mas os irmãos mostram-se solidários e Judá se oferece para ficar no Egito em lugar de Benjamim. Certo do arrependimento de seus irmãos, José se revela, perdoa a todos e os convida para irem com seus rebanhos ao Egito, onde são assentados e se multiplicam na região mais propícia à criação de ovelhas e cabras. Antes de morrer, Jacó chamou a José e seus filhos e os abençoou. José, o filho predileto de Jacó, praticamente ressuscitado e elevado a um glorioso posto, ainda havia salvo toda a sua família de uma fome calamitosa. Jacó refletiu sobre a maneira como Deus encaminhara as circunstâncias da sua vida e lembrou-se da ocasião em que Deus lhe apareceu novamente, prometendo que faria dele uma multidão de povos e daria a terra de Canaã à sua descendência em possessão perpétua. O plano de Deus permitiu a Jacó não só ver seu filho outra vez, mas também seus netos. Nesta ocasião Jacó adotou como seus filhos diretos os dois filhos de José, que passaram a ter os mesmos direitos que seus próprios filhos. Trazendo seus filhos a Jacó, aquele sobre quem ele colocasse sua mão direita receberia a benção principal. Como profeta de Deus, Jacó sabia que o mais novo, Efraim, teria preeminência sobre seu irmão mais velho: outra vez não seria exercido o direito à primogenitura. Sem saber disso, José colocara Manassés do lado direito de Jacó. Mesmo sem poder ver, pois já havia perdido a visão em sua velhice, Jacó percebeu quem era quem e simplesmente cruzou seus braços para que sua mão direita repousasse sobre Efraim. Jacó faleceu no Egito onde foi mumificado e transportado por José e seus outros filhos para sepultamento em Hebron, com os dois outros patriarcas. Depois de haver sepultado seu pai, José retornou ao Egito com os seus irmãos e todos os que o haviam acompanhado a Canaã e habitou no Egito, junto com a casa de seu pai, tendo conhecido os filhos de seus filhos até a terceira geração. Ao morrer garantiu a seus irmãos a vinda de Deus para conduzi-los à terra que prometeu a Abrahão, Isaque e Jacó; e os fez prometer que o transportariam ao túmulo de seu pai.
Nessa época, vários conflitos civis ocorreram no Egito, terminando com a vitória de Taá II e é muito provável que José tenha morrido em um desses movimentos. No Egito foi embalsamado e colocado em um caixão para ser transportado a Canaã com sua família.
Nesse ponto encerra-se o livro da Gênesis do Antigo Testamento da Bíblia, e inicia-se o Êxodo. A Bíblia omite, em sua narrativa, um longo período após a morte de José e inicia, novamente, num período em que o Faraó reinando no Egito era já outro que não conhecera José. Naquela época a nação israelita havia proliferado enormemente e os mandatários egípcios, temerosos do grande aumento de sua população e do seu poder, haviam-na subjugado à escravidão completa. Malgrado todas as medidas tomadas, a população do povo de Israel crescia em enormes proporções e o Faraó teria então ordenado que todo o menino nascido dos judeus, fosse lançado ao rio para morrer afogado. E surge então a figura de Moisés, filho de um membro da tribo de Levi e sua esposa, que o tendo concebido, para salvar-lhe a vida colocou-o em um cesto nas margens do Nilo. O menino teria sido encontrado pela filha do Faraó que compadeceu-se do menino ao saber que era filho de hebreu e adotou-o, dando-lhe o nome de Moisés. Este cresceu entre os egípcios mas tornando-se adulto e entrando em contato com o povo Hebreu soube de sua origem e iniciou a defesa do seu povo, passando a ser perseguido pelo Faraó; juntou-se novamente a seu povo pelo casamento com uma israelita, filha de pastores.

Em Êxodo, a Bíblia narra como Moisés e seu irmão mais velho Arão (posteriormente sumo sacerdote dos hebreus), lideraram os hebreus das 12 tribos em sua fuga do Egito. Durante a narrativa, as tribos são contadas, e seus líderes e representantes são nomeados, demonstrando um forte senso de individualidade entre as tribos e as meio-tribos de José. À tribo de Levi são designadas as tarefas sacerdotais e os direitos e deveres diferenciados que estas tarefas implicavam. As demais mantiveram-se com os mesmos direitos e obrigações, embora, através do número de membros, algumas tribos já pudessem gozar de alguma superioridade política.
Moisés liderou as 12 tribos pelo deserto da Península do Sinai sem penetrar em Canaã; seu sucessor Josué recebeu a tarefa de coordenar a tomada de Canaã. Para que ocorresse de forma ordenada, a terra de Canaã foi dividida entre cada uma das tribos e meias-tribos, que se encarregaram de conquistá-las, na maior parte dos casos sem o auxílio das demais. Uma das tribos, a de Levi, não recebeu uma porção territorial fixa, mas sim algumas cidades distribuídas por toda a Palestina.

OS HEBREUS
Hebreus significa, etimologicamente, "descendentes do patriarca bíblico Éber", sendo o nome dado ao povo que viveu na região do Oriente Médio a partir do segundo milênio AC, e que daria origem aos povos semitas, como os árabes e os israelitas, antepassados históricos e espirituais dos atuais judeus. Éber, ou Heber, é um dos descendentes de Noé, da linhagem de Sem, e ancestral de Abrahão. Eber, também pode ser interpretado como “do Outro Lado ou do Oriente - além do Rio Jordão -, importante rio da Terra Santa. Entretanto, também etimologicamente, e aí o termo pode vir do de Éber ou da raíz “a-vár”, o termo hebreu significa “passar, transitar, atravessar ou cruzar” e, nesse caso, denotaria “viandantes”, ou seja, aqueles que viajam, tendo em vista que eram descendentes de povos nômades.
Podemos dizer que a história dos hebreus foi dividida em três grandes etapas: governo dos patriarcas, governo dos juízes e governo dos reis.
Na era dos patriarcas os hebreus foram dirigidos pelos patriarcas, líderes políticos encarados como “pais” da comunidade. Como vimos, o primeiro grande patriarca foi Abrahão, segundo o antigo testamento, mesopotâmico, originário de Ur, na Caldéia. Após a saída de Ur, na Mesopotâmia, conduzidos por Abrahão, em direção à Palestina (estreita faixa de terra entre a Fenícia, atual Líbano, e o Egito), os hebreus dividiram-se em tribos, formadas por clãs patriarcais que cultuavam a um único Deus (monoteismo), acreditando ser o povo eleito, de onde Deus escolheria determinados membros do grupo para que estes fizessem com que os planos divinos fossem cumpridos. Os clãs eram construídos por um patriarca e pelos filhos e servos; praticavam uma economia baseada no pastoreio, que evoluiu para a agricultura graças à fertilidade das terras do norte e das zonas montanhosas do sul da Palestina. Os hebreus permaneceram por três séculos na Palestina, até a ocorrência de uma violenta seca que abalou a região.
De Abrahão a liderança foi passada a seu filho Isaque e depois para Jacó, filho de Isaque. Seu nome foi posteriormente alterado para Israel, de onde tiveram origem as doze tribos de Israel.
Quando os hebreus chegaram à Palestina, vindos do Egito, por volta de 1550 AC, conduzidos por Moisés, a região encontrava-se já ocupada. De início, fixaram-se nas regiões localizadas a oeste do mar Morto, mas pouco a pouco ocuparam as margens do Mediterrâneo e as terras do norte da Palestina. Nessa época, todos os hebreus eram julgados pelo Patriarca.
Posteriormente, com o envolvimento do povo judeu em suas guerras pela conquista de Canaã, surgiram os líderes militares, indicados pelas doze tribos de Israel. Que julgavam tudo e todos. Foi o governo ou era dos Juízes, período que se estendeu por cerca de 300 anos, entre a conquista de Canaã (Palestina) e o início da Monarquia. Entre esses chefes, tornaram-se famosos Gideão, Jefté, Samuel e Sansão, conhecido por sua força descomunal.
No século XII AC, os chamados povos do mar, entre eles os filisteus, ocuparam as planícies litorâneas. As constantes lutas entre os dois povos terminaram com a vitória dos hebreus. Os filisteus sempre representaram e nessa época ainda representavam grande ameaça aos hebreus, visto que lutavam pelo completo controle do território da Palestina. No século X AC, a Palestina aproveitou o enfraquecimento dos grandes impérios vizinhos para expandir o seu território. Isso fez com que os hebreus instituíssem a monarquia, como forma de centralização de poder e proporcionar mais força para enfrentar os adversários. O primeiro rei hebreu foi Saul, da tribo de Benjamim, que não teve sucesso ao enfrentar os filisteus e suicidou-se em batalha, com seu escudeiro, ao perceber que não conseguiria derrotar os seus adversários. Seu sucessor Davi, de história bem conhecida, no século XI AC, mostrou grande eficiência nos combates militares, conseguindo vencer os seus inimigos, tornando a nação hebraica forte e estabilizada e expandindo os domínios do seu reino que tinha Jerusalém como capital. Seu filho Salomão o sucedeu em 966 AC, quando ainda muito jovem, ficando conhecido na história pela imensa fortuna e sabedoria que acumulou. Ampliou a participação de Israel no comércio e construiu inúmeras obras públicas – como o famoso Templo de Jerusalém, dedicado a Jeová (Javé).
Com a morte de Salomão, o reino dividiu-se em dois: o Reino de Israel e o Reino de Judá, com as capitais, respectivemente em Samaria e Jerusalém. Com isso o reino original tornou-se vulnerável, sendo invadido pela Babilônia, com Nabucodonosor, em 587 AC e levado a cativeiro que durou até 539 AC, quando foram libertados pelo imperador persa Ciro, o Grande, que apoderou-se da Babilônia, e retornaram à Palestina para a reconstrução do Templo, da cidade e de suas muralhas.
Depois da conquista do Império Persa pelo macedônio Alexandre o Grande, a Palestina foi conquistada pelos greco-macedônios, ficando submetida à influência helenística. Finalmente foram conquistados pelos romanos. Em 70 DC Tito, general romano, destruiu Jerusalém e os hebreus abandonaram a Palestina, constituindo a chamada Diáspora.
Somente em 1948 foi fundado novamente o Estado de Israel, que permanece até hoje em meio a incessantes conflitos com as nações árabes vizinhas.